Um par de anos atrás, Kristen Stewart poderia ter caminhado pela Hollywood Boulevard despercebida, apesar de ter aparecido em quase 20 filmes. Agora, por causa de uma adolescente que se apaixona por um vampiro, ela não pode sair sem atrair um pacote de paparazzi e enxames de fãs, principalmente meninas jovens.
Seu papel como a torturada adolescente Bella Swan nos filmes Crepúsculo, baseado na série best-seller de Stephenie Meyer, a levou de ser apenas mais uma atriz adolescente nascida em Hollywood para o estrelato internacional.
Com os três filmes lançados até agora – Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse – Stewart ganhou os corações de uma legião de adolescentes como Bella, que se entrelaçou em uma paixão, um romance ortodoxo do estilo Romeu e Julieta com o belo vampiro Edward Cullen, interpretado pelo galã britânico Rob Pattinson.
A série de quatro livros já vendeu 17 milhões de cópias, e há mais de 350 sites de fãs dedicados às histórias, de modo que o peso da expectativa foi alta, e escalar o casal certo como os protagonistas era vital.
“É surreal ser parte crucial de uma máquina como essa,” diz Stewart. “Eu sou uma espécie de navio. Estas meninas estão obcecadas com Edward através de mim. Se eu não estivesse certa, eu seria perseguida e colocada em uma cruz.”
Um pouco dramática demais, talvez, mas é uma época excitante e um pouco difícil para a atriz de 20 anos de idade, que tenta desesperadamente manter sua privacidade ao mesmo tempo em que mantém os fãs da Saga Crepúsculo felizes. Ao mesmo tempo, ela está alcançando papéis que a levam além do gênero romance adolescente.
Até agora, ela parece ter conseguido muito bem. Entre os filmes de Crepúsculo (o final, Amanhecer, está sendo desenvolvido), ela encontrou tempo para estrelar dois filmes muito diferentes. Ela interpreta uma prostituta adolescente perturbada em Welcome to the Rileys, que foi produzido por Ridley Scott e seu irmão Tony e dirigido pelo filho de Ridley, Jake. Teve sua estréia no festival de cinema de Sundance este ano.
O outro filme, The Runaways, que também estreou no Sundance, está criando um grande tumulto, com sua história da pioneira banda de rock toda de meninas e sua descrição enérgica da cena rock dos anos 70 em Los Angeles.
The Runaways lançou cinco álbuns antes de se separarem em 1979, e sua história é a coisa da mitologia do rock. O estilo durão, sexy, e de menores de idade já crescidas inspirou uma onda de roqueiras e pavimentou o caminho para outras bandas de garotas, como o Go-Gos e Bangles.
Stewart interpreta a líder bissexual da banda, Joan Jett, que foi produtora executiva do filme e cujos cabelos negros e lisos, e o visual punk ganhou status de ícone fashion.
“Foi difícil porque eu só tinha uma janela muito pequena de tempo livre, mas eu queria fazer o filme. E eu não queria ficar mais velha porque eu já era mais velha que Joan quando ela estava em Runaways,” diz Stewart. “
Eu só me joguei dentro, e esperei que funcionasse. E funcionou. É bom trocar para filmes como este entre os de Crepúsculo, mas estou animada para ir e fazer os próximos anos da vida de Bella.”
Ela chega para a entrevista parecendo elegantemente sofisticada em um mini vestido preto com os cabelos escuros presos para trás em um coque. No entanto, ela confessa:
“Quando eu me visto, eu tenho que ter muita ajuda. Eu estava de camiseta até poucos minutos atrás.”
Como a adolescente Joan Jett, Stewart tem um olhar insociável, quase carrancuda, o que prova ser enganoso porque ela responde as perguntas de bom-grado, pensando cuidadosamente antes de falar, mas, às vezes, encontra-se incapaz de articular seus pensamentos.
“É impossível sempre transmitir o que eu estou tentando dizer, mas se eu permanecer honesta, então eu não vou olhar para trás para qualquer uma dessas entrevistas e imaginar o que eu estava tentando fazer ou ser,” ela diz.
“Eu sou perguntada o tempo todo, em entrevistas sobre quem eu sou, e eu conheço algumas pessoas da minha idade que têm um forte senso de si mesmo, mas eu não poderia dizer que eu me conheço e juntar tudo e te dar em um pacote pequeno. Eu ainda não me conheço totalmente. ”
Foi provavelmente inevitável que Stewart iria encontrar uma carreira em alguma forma no showbusiness: seu pai é um diretor e produtor, sua mãe é uma roteirista, e ela foi criada, em Hollywood, onde, em forma de conto de fadas verdadeiro, foi flagrada por um agente de talentos em uma peça da escola de Natal quando ela tinha oito anos. Ela teve papéis pequenos na televisão, e quando ela tinha 12 anos ela foi escalada como a filha de Jodie Foster em O Quarto do Pânico de David Fincher.
Ela trabalhou regularmente em filmes de qualidade variável, que vão desde o mal-recebido Cold Creek Manor até a fantasia espacial de Zathura.
A chegada repentina da fama com Crepúsculo é algo com que ela ainda está tentando lidar.
“Tenho 20 anos e, sendo uma figura pública, eu devo me apresentar de uma certa maneira, mas é difícil e você nunca vai ser capaz de dizer às pessoas quem você é através da mídia,” diz ela hesitante. “É uma espécie de impossível. É muito mais fácil para um homem dizer o que quer e não ser bonito e engraçado o tempo todo, mas se você é um tipo de mulher forte, você é, apenas por falta de uma palavra melhor, uma vadia.”
“Mas eu tenho tido muita sorte por muito tempo, e eu trabalhei com pessoas incríveis, e eu só espero que isso continue. Eu não sei o que eu faria se eu não tivesse isso.”
De acordo com as revistas de fofocas e os burburinhos na internet, ela tem namorado com Rob Pattinson desde que se conheceram no set de Crepúsculo, mas até agora eles têm conseguido deixar todo mundo adivinhando. Portanto, a pergunta tem que ser feita – estão ou não estão?
“Eu não iria dizer a você nada sobre ninguém que eu me importe, pois torna-se entretenimento para outras pessoas, e que meio que apenas banaliza tudo em sua vida,” ela diz com firmeza, mas agradavelmente. “Eu nunca iria te dizer se eu estou namorando ninguém.”
Com três filmes aguardando lançamento e o filme final de Crepúsculo ainda não estando pronto para as filmagens, Stewart encontra-se em um raro final de liberdade.
“Eu sou do tipo a toa agora,” diz ela. “Eu não tenho tido um horizonte limpo, sem nada à minha frente por um longo tempo, então parece bom.”
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